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quarta-feira, 13 de julho de 2016

ENTRE OS MUROS DA SOCIEDADE O PRECONCEITO RACIAL SOBREVIVE


No Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI. Os portugueses traziam os negros africanos de suas colônias na África para utilizá-los como mão-de-obra escrava nos engenhos de açúcar do Nordeste, explorando-os como se fossem mercadorias. Depois de muita luta, os escravos finalmente conseguiram a liberdade. No entanto, muitas pessoas desvalorizam essa luta e persistem com a discriminação contra os afrodescendentes o que indica que o preconceito racial ainda existe, e isso é inaceitável.
Segundo o portal notícias UOL, na retrospectiva de 2008, a escolha dos americanos para presidente da república gerou polêmica pelo fato de o eleito ser negro. Isso mostra que o preconceito ainda existe nos dias atuais, pois, se a sociedade estivesse realmente liberta de todo o preconceito, essa escolha jamais causaria tanto impacto.
Outra prova de que o racismo ainda existe é uma matéria publicada pela BBC Brasil referente a uma pesquisa na qual foram analisadas mais de 11 mil edições de jornais e revistas entre 1808 e 2015, que demonstra que o racismo no país é constante. “A noção que o Brasil é um pais hospitaleiro, onde todos os imigrantes são bem-vindos, não passa de um mito”, disse o pesquisador Gustavo Barreto, responsável pela pesquisa. Muitas vezes, os imigrantes não são bem tratados, como é o caso dos haitianos que vieram para cá e que sofrem preconceito por serem negros, por exemplo, no ambiente de trabalho onde são acusados de roubar as vagas de emprego das pessoas que já moravam aqui.
De acordo com o professor Wagner Lucas, a abertura cinematográfica em Hollywood para personagens negros não significa que não haja mais racismo. As pessoas acreditam que o fato de eles estarem nos filmes é o fim da imagem do branco como superior, mas os negros apenas estão em evidência por existirem personagens negros e não porque são símbolos de novos tempos. A indústria cinematográfica é um reflexo da sociedade que dá lugar para negros simplesmente por necessidade e não porque eles possuem algum potencial. Na mídia o negro é retratado na maioria das vezes com a mesma imagem, socialmente carente, trabalhador braçal, malandro ou atleta.
              Apesar de tudo, no livro “Não somos racistas”, publicado em 2006 pela Nova Fronteira, Ali Kamel, jornalista da Globo, garante que não há discriminação racial no Brasil e que todos vivem em harmonia. No entanto, essa afirmação é egoísta e vai contra realidade brasileira. Além disso, segundo pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) feita em 501 escolas públicas de todo o país, baseada em entrevistas com mais de 18,5 mil alunos, pais e mães, diretores, professores e funcionários 99,3% de pessoas apresentam comportamentos preconceituosos em ambiente escolar e desses, 94,2% tem preconceito étnico-racial, o que não é uma mera coincidência.


Portanto, diante de tudo que foi exposto, nota-se que o preconceito racial sobrevive na sociedade. Pode-se constatar que os imigrantes ainda são tratados com discriminação, há polêmica quando algum negro recebe um papel de destaque ou quando aparece na mídia. É necessário que perceba-se que, enquanto a cor da pele tiver mais importância que a dignidade, a sociedade continuará atrasada e com retrocesso no seu desenvolvimento. Logo, os negros devem ser tratados como qualquer tipo de pessoa, um branco tem tanto valor quanto um negro.

Alessandra, aluna do segundo ano do Ensino Médio do Colégio Estadual La Salle, na cidade de  Pato Branco - Paraná, no ano de 2015.

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