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terça-feira, 12 de julho de 2016

LEGALIZAR NÃO É LIBERAR GERAL




       Após mais de 40 anos de guerra do Brasil contra as drogas, o assunto da legalização da maconha não é mais visto como um tabu tão grande. A droga que já foi descriminalizada em nosso país agora caminha rumo à legalização. Sem a menor dúvida, isso só traria benefícios para o Brasil. A droga deveria ser legalizada por inúmeros motivos, dentre os quais citarei alguns.
Um motivo é o fato de a maconha ser menos nociva que outras drogas já legalizadas, como podemos ver em uma pesquisa realizada pela revista científica norte-americana “Journal of the American Medical Association”, que comprovou que quem fuma cigarro corre mais risco de ter cânceres, principalmente respiratórios, e problemas cardiovasculares do que quem faz uso apenas de maconha. Mas ninguém em sã consciência propõe que o cigarro se torne ilegal.
Outro motivo é que em 1960, cerca de 60% dos brasileiros fumavam cigarro. Hoje o número não chega aos 20% e a cada ano, esse número decai. Isso acontece pelo acesso à informação. Milhares de programas de conscientização criados pelo governo explicam os malefícios do cigarro, que são muito piores que os da maconha. Ou seja, o que gera a diminuição do uso é a informação e não a proibição.
Um terceiro motivo para a legalização da maconha é que se a maconha permanecer ilegal, o dinheiro obtido pela sua venda continuará a financiar o tráfico, enquanto, se fosse legalizada, a verba angariada iria para as mãos do governo e poderia ser distribuída para a educação, sendo investida em escolas e programas de conscientização do uso de drogas lícitas e ilícitas.
Contrariamente a essa ideia muitas pessoas afirmam que legalizar a maconha facilitaria o acesso a essa droga, fazendo com que mais e mais adolescentes usassem-na. Porém, existem dados que comprovam o contrário dessa afirmação. No Colorado, Estados unidos, 7 meses após a liberação da Cannabis, um informe publicado pelo órgão de Saúde Pública do Estado mostrou que, no mês de uma pesquisa, o número de adolescentes que haviam usado a droga caiu de 22% para 20%, e o número de jovens que já usaram a droga pelo menos uma vez na vida também diminuiu: de 39% para 37%.
Por isso eu acredito que a maconha deva ser legalizada no Brasil, tanto para uso medicinal quanto para uso recreativo. Assim como para o álcool e o cigarro existem leis de controle, para a maconha também deveriam existir. Proibida a propaganda, proibida a distribuição para menores, com leis estipuladas para o plantio e a venda, só pessoas licenciadas poderiam comercializar a maconha. Deveriam existir também programas de conscientização sobre os malefícios dessa droga, e cada um deveria poder decidir por si fazer ou não o uso dela.

Emanuelle Pereira, acadêmica do curso de Licenciatura em Letras Português e Inglês da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, campus Pato Branco.

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