Disciplinar
os filhos não é uma tarefa fácil para os pais. Castigos físicos ainda são
usados por muitas famílias como punição para o mau comportamento das crianças.
A violência doméstica não é saudável para as crianças e também não tem efeitos
positivos na sua educação, muito pelo contrário, a agressão física dirigida a
elas só traz malefícios para seu desenvolvimento, a violência só gera mais
violência. Há muitos anos vem sendo feitos estudos e pesquisas que comprovam
que a agressão não é nem de longe a melhor forma de educar.
Segundo
uma pesquisa feita por vários pesquisadores, entre eles Vivian Peres Day, a agressão física aos
filhos pode resultar em manifestações psicológicas imediatas e também em danos
psicológicos tardios. De imediato, pode-se perceber a ocorrência de pesadelos
repetitivos, ansiedade, raiva, culpa, vergonha, medo do agressor e de pessoas
do mesmo sexo, quadros fóbico-ansiosos e depressivos agudos, queixas
psicossomáticas e isolamento social da criança. Já nos danos tardios, pode
ocorrer um aumento significativo na incidência de transtornos psiquiátricos,
pensamentos invasivos, fobias agudas, níveis intensos de ansiedade, medo,
depressão, isolamento, raiva, sensação crônica de perigo e confusão, imagem
distorcida do mundo, ideação suicida entre outros.
Outro
estudo, também feito afim de mostrar aos pais que a violência não é a melhor
forma de educar, feito pelo Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da
Universidade de São Paulo (USP) mostra que quem sofre agressões quando criança
tem mais chances de adotar a violência como a melhor forma de solução de
conflitos. Ainda segundo a vice-coordenadora no NEV “A criança entende que a
violência é uma opção legítima e vai usá-la quando tiver um conflito com
colegas da escola, por exemplo. Mas, ao agredir, ela também pode sofrer
agressão e se tornar vítima. E isso cresce de forma exponencial ao longo da
vida”.
O
psicólogo Cristiano Longo, autor de uma tese de doutorado sobre violência
doméstica contra menores pela Universidade de São Paulo, afirma que é uma
ilusão acreditar que quem dá palmadas hoje não vai bater mais forte amanhã.
Longo também afirma que a palmada interrompe o mau comportamento da criança
instantaneamente, mas a médio e longo prazo ela não surge mais efeito.
Por
outro lado, há os que defendam a palmada e digam que com a agressão seus filhos
passam a não repetir mais o comportamento inadequado. Mas, em contrapartida,
pesquisas comprovam que a criança não repete o mau comportamento por saber que
o ato foi errado e sim por medo de apanhar novamente, o que não é bom.
Por fim, podemos
concluir que a agressão não é positiva tanto física como psicologicamente para
as crianças. Os pais são um exemplo para os filhos, e aos agredi-los os
incentivam a serem futuros agressores. O diálogo é a melhor forma de mostrar o
que é certo e errado para as crianças.
Darlana Ely, aluna do curso de Licenciatura em Letras Português e Inglês na Universidade Tecnológica Federal do Paraná câmpus Pato Branco, no ano de 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário