Pão ou pães... é questão de opiniães!


segunda-feira, 25 de julho de 2016

NÃO BATA, EDUQUE!



Disciplinar os filhos não é uma tarefa fácil para os pais. Castigos físicos ainda são usados por muitas famílias como punição para o mau comportamento das crianças. A violência doméstica não é saudável para as crianças e também não tem efeitos positivos na sua educação, muito pelo contrário, a agressão física dirigida a elas só traz malefícios para seu desenvolvimento, a violência só gera mais violência. Há muitos anos vem sendo feitos estudos e pesquisas que comprovam que a agressão não é nem de longe a melhor forma de educar.
Segundo uma pesquisa feita por vários pesquisadores, entre eles Vivian Peres Day, a agressão física aos filhos pode resultar em manifestações psicológicas imediatas e também em danos psicológicos tardios. De imediato, pode-se perceber a ocorrência de pesadelos repetitivos, ansiedade, raiva, culpa, vergonha, medo do agressor e de pessoas do mesmo sexo, quadros fóbico-ansiosos e depressivos agudos, queixas psicossomáticas e isolamento social da criança. Já nos danos tardios, pode ocorrer um aumento significativo na incidência de transtornos psiquiátricos, pensamentos invasivos, fobias agudas, níveis intensos de ansiedade, medo, depressão, isolamento, raiva, sensação crônica de perigo e confusão, imagem distorcida do mundo, ideação suicida entre outros.
Outro estudo, também feito afim de mostrar aos pais que a violência não é a melhor forma de educar, feito pelo Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da Universidade de São Paulo (USP) mostra que quem sofre agressões quando criança tem mais chances de adotar a violência como a melhor forma de solução de conflitos. Ainda segundo a vice-coordenadora no NEV “A criança entende que a violência é uma opção legítima e vai usá-la quando tiver um conflito com colegas da escola, por exemplo. Mas, ao agredir, ela também pode sofrer agressão e se tornar vítima. E isso cresce de forma exponencial ao longo da vida”.
O psicólogo Cristiano Longo, autor de uma tese de doutorado sobre violência doméstica contra menores pela Universidade de São Paulo, afirma que é uma ilusão acreditar que quem dá palmadas hoje não vai bater mais forte amanhã. Longo também afirma que a palmada interrompe o mau comportamento da criança instantaneamente, mas a médio e longo prazo ela não surge mais efeito.
Por outro lado, há os que defendam a palmada e digam que com a agressão seus filhos passam a não repetir mais o comportamento inadequado. Mas, em contrapartida, pesquisas comprovam que a criança não repete o mau comportamento por saber que o ato foi errado e sim por medo de apanhar novamente, o que não é bom.
Por fim, podemos concluir que a agressão não é positiva tanto física como psicologicamente para as crianças. Os pais são um exemplo para os filhos, e aos agredi-los os incentivam a serem futuros agressores. O diálogo é a melhor forma de mostrar o que é certo e errado para as crianças.

Darlana Ely, aluna do curso de Licenciatura em Letras Português e Inglês na Universidade Tecnológica Federal do Paraná câmpus Pato Branco, no ano de 2015.

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