O surgimento de grupos de
justiceiros está se tornando cada vez mais frequente no Brasil. O fato de a
justiça judiciária brasileira possuir algumas falhas instiga muitas pessoas a
praticarem justiça com as próprias mãos. Entretanto, esse ato não é
justificável, como pode-se verificar a partir de alguns argumentos.
Primeiramente de acordo como o
ministro da justiça José Eduardo Cardoso afirma "justiça com as próprias
mãos nunca resolveu nem resolverá. As pessoas tem que ter direito de defesa,
tem judiciário para julgar”. Assim como é previsto no Art. 5º da Constituição
Federal no qual consta que todos têm direito à defesa, à segurança, à vida, a
ser tratado com igualdade, sem tortura, entre muitos outros direitos nela
citados.
O
ministro também afirma que “o estado está aí para atuar [...] e julgar”, que
existem falhas no sistema judicial, porém deve-se lutar para melhorá-las. Porém
se houver vingança e justiça com as próprias mãos, isso só irá agravar. No
entanto, os grupos de justiceiros não percebem isso e acabam cometendo esses
atos, agravando uma das falhas da justiça do país, que é a demora do julgamento
dos processos judiciais. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Brasil
possui aproximadamente 105 milhões de processos judiciais.
Segundo
o colunista Henrique Araújo, a justiça judiciária é burocrática porque não só
precisa como também deve garantir que as provas sejam verídicas para que as
autoridades possam condenar o acusado, por isso muitas vezes a justiça
judiciária é lenta. Já a justiça do povo nem sempre espera uma defesa do
acusado e geralmente acabam condenando-o sem prova alguma.
A
jornalista Rachel Sheherazade alega que a atitude dos vingadores pode ser
compreensível e ainda argumenta isso dizendo: “o estado é omisso, a polícia é
desmoralizada e a justiça é falha.” E segundo enquete de um programa de
televisão, Custe o que Custar (QCQ) feita na internet, 78% da população acha
correto fazer justiça com as próprias mãos. Mas, isso não justifica o fato de o
famoso olho por olho dente por dente ser mais eficaz que os 250 artigos da
Constituição Federal e os 97 da ADCT (Atos das Disposições Constitucionais
Transitórias).
Os justiceiros não levam
em conta que eles estão tornando a justiça judiciária cada vez mais lenta, pois
os seus atos de vingança fazem com que o número de casos a serem julgados se
eleve, já que a cada caso de “justiça” que eles dizem fazer, abre-se outro
processo de julgamento.
Janaina Borsatti, acadêmica do curso de Licenciatura em
Letras Português e Inglês da Univerisdade Tecnológica Federal do Paraná campus
Pato Branco, no ano de 2015.
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