A alta tecnologia dos aparelhos eletrônicos atuais pode até
espantar àqueles de gerações antigas. No entanto, o mesmo não ocorre com as crianças da geração atual (ou Z, com
datas de aniversário a partir da segunda metade da década de 90). Essas
crianças possuem alta capacidade de aprendizagem no que diz respeito ao uso de
novas tecnologias, pois ambas (crianças e tecnologia de ponta) estão lado a
lado, crescendo e se desenvolvendo paralelamente desde o seu nascimento.
A facilidade cada vez maior das
crianças no uso de novas tecnologias pode parecer excepcional aos olhos de
empresários e comerciantes devido ao crescente consumo de artefatos modernos,
porém o uso descontrolado desses aparelhos pode desequilibrar suas relações
sociais. Como diz o ditado, “tudo que é demais faz mal”. Isso ocorre com as
crianças, que muitas vezes não conseguem dosar o uso dessas ferramentas de
tecnologia de ponta.
Essa geração virtualizada tende a dificultar a convivência e
o estabelecimento do que é chamado de laços sociais, já que no universo virtual
está tudo o que a criança sempre sonhou, suas fantasias e aventuras. Tudo ao
mínimo alcance, seja em notebooks, celulares, vídeo games e aparelhos
similares, não é preciso esforço algum para se sentir no próprio “sonho” por
algumas horas.
Não se trata de censurar, às próximas gerações, o uso dessas
ferramentas modernas que evoluem diariamente. O uso moderado de “eletrônicos”
não causa malefícios. No entanto essa moderação deve ser monitorada,
principalmente pelos pais, e, no caso da criança, durante a escola, pelo
professor. Enquanto a criança sabe que há um limite que não pode exceder, a
mesma vai aproveitar o tempo determinado, ao mesmo tempo que sabe que a
diversão terá fim.
Enquanto ocorre a substituição daquilo que não funciona mais
por um artigo novo, as brincadeiras tradicionais, aprendidas principalmente na
escola, são deixadas de lado. Momentos importantes de reunião infantil para
brincadeiras que envolvem interação presencial, não através de monitor ou tela,
ainda não estão totalmente ausentes, mas estão se tornando cada vez mais raras.
A modernização é fantástica e não tolera os atrasados. No entanto, é necessário
um meio termo. Deve ser ressaltada a importância do contato pessoal, a
possibilidade de trocas de experiências não só através de mensagens por celulares
e redes sociais, que tornam a relação de certa forma fria e mecânica.
Há pessoas que defendem o argumento de que a tecnologia é o
principal aliado na educação dos jovens, de que o auxílio delas em casa ou na
escola melhora o raciocínio e a lógica. Outro ponto é de que devido à
facilidade da geração Z em se adaptar aos aparelhos modernos, o seu lugar no
mercado de trabalho futuro está garantido.
A utilização de utensílios modernos para a educação escolar
pode realmente ser uma boa alternativa, mas nada substitui a autonomia do
professor em sala de aula. Uma máquina não é capaz de dar a atenção que o aluno
solicita. O professor é capaz de diagnosticar
e procurar solucionar o problema, que pode até ser externo à escola.
Enfim, o que pode ser considerado sobre este tema é que há
certa polêmica sobre o uso correto de meios tecnológicos. A forma como o tema é
tratado, atualmente, não abre espaço para discussões mais amplas, porém basta que
o assunto entre na pauta de conversas entre famílias para que a modernidade
trabalhe como fator positivo no crescimento da criança, não como inimigo.
Jonathan Palavicini, acadêmico do curso de Letras da UTFPR campus Pato Branco.
Interessante, realmente..
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