Pão ou pães... é questão de opiniães!


terça-feira, 28 de maio de 2013

PEQUENOS GRANDES CONSUMIDORES



Nós, como integrantes de uma sociedade capitalista, somos responsáveis por manter esse sistema ativo, através de nossos atos consumistas. Consumir é algo necessário, claro, pois ninguém sobrevive sem os meios básicos, que na maioria dos casos, precisam ser comprados. E, para isso, o “vendedor” acaba usando suas artimanhas, como a publicidade e a propaganda, para tentar influenciar seu consumidor, desde muito cedo, a consumir mais.

Mas, infelizmente, essa prática está partindo para um público mais vulnerável às estratégias de venda, ou seja, as crianças e adolescentes, que, principalmente através dos meios de comunicação estão sendo alvo de infinitos anúncios publicitários sobre diferentes produtos. Eles acabam tornando-se consumidores desde muito pequenos, querendo, sem medir conseqüências, obter tudo que lhes é mostrado, e isso acaba gerando problemas significativos na sua formação e desenvolvimento.


Por ser um público grande e de faixa etária menor, acaba iludido diante do que lhe é “oferecido” nas mídias, principalmente na Televisão, um dos maiores meios difusores de propaganda e no qual as crianças passam muitas horas em frente. Uma pesquisa da IBOPE em 2007 revelou que a criança brasileira, entre quatro e 11 anos, passa em média, 4 horas, 50 minutos e 11 segundos por dia assistindo à programação televisiva.


Tudo isso, deve-se um pouco ao fato de que a sociedade muito mudou de alguns anos para cá. A composição familiar mudou e obteve novos hábitos: está menor e a mulher deixou de ser apenas a dona do lar e cuidadora dos filhos para tornar-se independente e responsável também pelo sustento da família. Dessa forma, os filhos ficam mais sozinhos ou aos cuidados de babás e, assim, ficam expostos a perigos, como o da publicidade mostrada nos programas infantis.


Como conseqüência, percebe-se que a criança está abandonando as brincadeiras tradicionais, como pega-pega, esconde-esconde, o futebol com os amigos, para exigir dos pais um celular novo, um videogame mais potente, uma roupa de determinada marca, a boneca que chora ou o carrinho de controle, aquele doce que aquele famoso diz que é bom, entre tantos outros.


Por outro lado, é visível que surgem também muitas inovações e tecnologias importantíssimas para a formação da criança, que agradam, facilitam processos e também trazem muito conhecimento. São brinquedos criativos, com jogos, músicas, produtos com tecnologia, que ajudam no seu aprendizado, estimulam sua criatividade e que contribuem para o seu pleno desenvolvimento.


Mas, com o mecanismo da publicidade, estão deixando de lado a qualidade dos produtos e pensando somente em vender mais. O consumidor, em muitos casos, obtém um produto e percebe que na verdade ele não é tão bom quanto a propaganda dizia ser, ou mesmo a criança, que faz seus pais comprarem determinado brinquedo, às vezes por preços absurdos, e o produto quebra rápido e logo é abandonado pela criança, que já exige outro diferente.


Portanto, é fundamental que os pais fiquem mais atentos à educação de seus filhos, assim como a sociedade e os órgãos responsáveis precisam buscar formas de evitar que esses artifícios usados para vender mais influenciem e afetem o desenvolvimento dessa população de menor faixa etária.


Enfim, consumir é um ato que todos fazem diariamente e que provavelmente nunca vai acabar, mas precisa ser um ato consciente, de pessoas conscientes, que entendem as conseqüências de um consumismo exagerado. Daí vem à importância das nossas crianças e adolescentes consumirem menos e, assim protegerem o futuro do nosso mundo e da nossa geração.

Letycia Fossatti Testa, acadêmica do curso de Letras - Português/Inglês da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) campus Pato Branco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário