Como disse Vinicius
de Moraes “Que me perdoem as feias, mas beleza é fundamental”.
Mas qual é a beleza fundamental? A beleza que faz sofrermos com dietas malucas,
cirurgias plásticas desnecessárias, que deixa de lado a saúde, será que essa é
a beleza fundamental? Ou é aquela que é natural e verdadeira que faz de nós
seres humanos únicos, a beleza das nossas relações sinceras e verdadeiras, de
amizades e de amor que acontecem pela beleza de nossas personalidades.
Quantas vezes olhamos no espelho e sentimos que
precisamos mudar algo, ou que nunca seremos tão belos quanto aquela pessoa
famosa que admiramos. Essa preocupação com a aparência física, que nos cerca
por todos os lados com rostos perfeitos em revistas em televisões ou internet, com
as indústrias oferecendo milhares de serviços e produtos para que possamos moldar
nossa aparência conforme os padrões, muitas vezes nos leva a esquecermos do
principal: a nossa saúde.
As pessoas passaram a enxergar o corpo hoje como uma
coisa moldável, conforme certos padrões estéticos, fomentados por uma pressão
social de classe que acaba gerando graves consequências como doenças relacionas
a distúrbios alimentares como anorexia e bulimia, que estão ligadas à ditadura
da magreza. São doenças que envolvem imagem corpórea distorcida, fobia de ganho
de peso. Em casos mais avançados podem ser fatais. Também há o caso da doença
chamada de Adônis, que é a compulsão por exercício físico ao extremo até mesmo
por ingestão de anabolizantes que também podem ser fatais.
Outro grande sintoma deste problema mundial são as
cirurgias plásticas, que na grande maioria dos casos são desnecessárias por ser
realizada apenas para remodelar o corpo, este que devia ser considerado belo naturalmente.
O numero de cirurgias plásticas realizadas no Brasil foi
mais de 640 mil só no ano passado segundo pesquisa do Ibope 82%, em mulheres. Umas das cirurgias preferidas
por elas á a da prótese mamaria e lipoaspiração.
Um dos principais fatores que contribuíram para esse
culto ditatorial da beleza é a sociedade extremamente midiática, em que a
imagem ganha espaço em meios como Televisão e revistas. Também a superexposição
da imagem, antes restrita a poucos, foi disseminada pelas redes sociais onde a
veiculação de nossas imagens é diária. O resultado é que, com tanta pressão
social, a insatisfação com o corpo se generalizou.
Claro que o bem estar e a autoestima são
importantes, assim como cuidar do corpo, porém devemos nos alertar quando essa
preocupação é exagerada, quando começa a afetar nossa autoestima, nossa
confiança e nossas relações sociais , pois estes problemas são os primeiros
indícios que geram doenças psicológicas graves, que resultam em alguns casos em
distúrbios alimentares.
Solange Ariati, acadêmica do curso de Letras da UTFPR campus Pato Branco.
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