Os animais domésticos precisam de cuidados que, geralmente, só o seu dono pode dar. Quando alguém se decide por obtê-los, deve ter em mente todas as suas necessidades, bem como seus possíveis prejuízos. Adotá-los ou adquiri-los exige responsabilidades, as quais muitos parecem desconhecer. Nesses casos, a maioria das pessoas opta por abandoná-los, como se essa fosse a única e melhor solução para o problema.
Ter um animal de estimação, hoje, custa caro, requer espaço e tempo. Entretanto, muitas pessoas que não têm essas noções básicas, acabam adquirindo-os e, rapidamente, por um motivo ou por outro querem se desfazer do animal. Como veremos adiante, renunciar aos pobres indefesos é um ato cruel, o qual só acarretará em problemas para a cidade, sociedade e, principalmente, para o bichinho.
O abandono de animais é ilegal. Mesmo assim, o número de pessoas que violam a lei é ascendente. Segundo a Lei Federal 9.605/98, artigo 32, é considerado crime “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos”. Enquadra-se como maus-tratos a prática do abandono. Portanto, se a própria Constituição condena o ato, é porque, de fato, a prática não condiz com a conduta de um bom cidadão.
Conforme a Revista Veja, em janeiro de 2010, o número de cães e gatos entregues à própria sorte aumenta ainda mais entre os meses de dezembro à fevereiro - meses em que muitos viajam e acabam abandonando seus bichos de estimação. Nessa época, há uma superlotação de animais pelas ruas, gerando assim, transtornos aos municípios, visto que, a partir de então, serão eles os responsáveis pelo animal. Para a saúde pública, também torna-se um problema, pois, ao ficarem vagando pelas ruas, muitos deles acabam contraindo doenças e, consequentemente, transmitindo-as. Logo, abandoná-los também significa prejuízos aos cofres públicos, de modo que, o dinheiro que poderia ser usado na educação, cultura ou lazer deverá ser usado para regularizar a situação. Além disso, acaba pondo nossa saúde em risco.
Como o ser humano, os animais também sentem fome, sede e frio. Engana-se quem pensa que eles podem conseguir sobreviver sozinhos. Abandoná-los é um ato de crueldade, pois, além de ficarem sem rumo, ficam suscetíveis a doenças e acidentes. O lado psicológico também fica abalado, pois perdem o seu ponto de referência que, antes, era o dono: ficam sem saber o que fazer, onde ir, o que comer e onde beber. Também ficam expostos a pessoas mal-intencionadas, que muitas vezes os violentam brutalmente. Geralmente, nesses casos os cães acabam entrando em depressão e morrem.
São diversas as desculpas para tentar justificar tamanha frieza. Entre as principais, estão a falta de espaço, sujeira na casa e os gastos financeiros. No entanto, por mais que tudo isso seja verdade, existem maneiras mais convenientes de resolver o problema, como colocá-los num abrigo de animais, anunciar doação em jornais e sites específicos, bem como oferecê-los a amigos e parentes. São medidas simples que, à princípio, parecem lógicas, mas que nem sempre são tomadas. Como diz o pertinente ditado: “Não se pode matar o cachorro para acabar com as pulgas”.
Levando-se em consideração os aspectos mencionados, nota-se que é preciso analisar várias circunstâncias antes de comprar ou adotar um animal, visto que se trata de um ser com o qual passar-se-á muitos anos e que este requer cuidados, proteção e, sobretudo, amor. Como já foi dito, deixá-los pelas ruas não é a melhor escolha. Pequenas atitudes podem mudar a vida não só de um animal, mas de uma sociedade.
Thaís Aline Marchiori, acadêmica do curso de Letras da UTFPR campus Pato Branco.
Gostei muito. Bem importante este texto para conscientizar a sociedade e essas pessoas cruéis que tem a "capacidade" de fazer tamanha maldade com os animais que, por sinal, são seres maravilhosos.
ResponderExcluirParabéns pelo seu texto!
Gostei da sua escolha Thaís. O abandono de animais de estimação é realmente algo que apesar da suposta evolução da sociedade, infelizmente cresce cada vez mais. É um ato revoltante e que merece uma atenção especial, talvez que se façam mais campanhas de conscientização voltadas à esse assunto.
ResponderExcluirSandra Mara Fernandes
ResponderExcluir