O uso de
qualquer droga tem benefícios e malefícios. Além disso, algumas são lícitas,
enquanto outras ainda não. O comércio da maconha não é legalizado em nosso
país, mas será que estamos adotando a posição correta? Devemos legalizar o
comércio da maconha, pois ela possui propriedades medicinais importantes e é
menos nociva se comparada às duas principais drogas legalizadas, o álcool e o
cigarro.
Uma forma de
comprovar a eficácia da maconha na medicina é um estudo coordenado pelas
doutoras Ziva Cooper e Margaret Haney, realizado na Universidade de Columbia,
EUA. A pesquisa intitulada "cold pressor test", contou com a
participação de 30 fumantes de maconha, entre eles homens e mulheres. No
experimento, os voluntários tomaram Dronabinol ou fumaram maconha. Em seguida,
suas mãos foram imersas em água (4ºC) por até 2 minutos e foi anotado o tempo
que os participantes levaram para sentir dor. Ao fim da pesquisa foi comprovado
que o Dronabinol, proporcionou um efeito mais duradouro na sensibilidade à dor
e menos efeitos colaterais se comparado à droga fumada. Além disso, a pílula já
foi aprovada para o tratamento de pacientes de quimioterapia e pessoas
soropositivas com sintomas de náuseas e vômitos.
Muito mais que
seu uso medicinal, a legalização da maconha, ajudaria a diminuir o número de
vítimas do tráfico de drogas. Durante um debate da Comissão de Direitos Humanos
e Legislação Participativa no Senado, realizado no dia 02/06/2014, o Secretário
Nacional de Drogas do Uruguai, Julio Heriberto Calzada, afirmou que o país
conseguiu reduzir a zero as mortes ligadas ao uso e ao comércio da maconha
desde que adotou regras para regulamentar o cultivo e a venda da droga.
No Brasil,
vemos uma clara desigualdade social e, por isso, muitas pessoas de bem se veem
obrigadas a vender a droga para poder se sustentar. Isso resulta em uma grande
quantidade de pessoas presas, que normalmente não fariam nada contra a lei.
Como "fruto" dessa realidade, vemos as cadeias de nosso país
superlotadas. Segundo projeções feitas pelo Departamento Penitenciário Nacional
do Ministério da Justiça (Depen/MJ), entre 2005 e 2013, o país triplicou o
número de pessoas presas por tráfico de drogas, passando de 50 mil para 150
mil.
Mesmo com
tantos aspectos positivos para a legalização da maconha, alguns se mostram
contrários a ela. Seu principal motivo é que a droga legalizada estimularia as
pessoas a fazer uso dela, pela "facilidade" de acesso. Porém, esse
não é um argumento válido.Temos o álcool e o cigarro como bons exemplos de
drogas lícitas, de fácil acesso, e nem todas as pessoas são viciadas. O ser
humano é capaz de escolher fazer o uso ou não das drogas e quem realmente quer
usar maconha não é impedido simplesmente por ser ilegal.
A falta de
legalização traz muito mais benefícios para o traficante do que para a pessoa
de bem e esse não deveria ser o propósito das leis. Ela priva pacientes dos
benefícios da maconha, contribui para o lucro do tráfico e para a superlotação
das cadeias. A melhor forma de acabar com esses problemas não é a proibição,
mas o controle de sua comercialização legalizada.
Eraldo Apolaro, acadêmico do curso de Licenciatura em Letras Português e Inglês pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná campus Pato Branco, no ano de 2015.
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