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segunda-feira, 18 de julho de 2016

PROIBIÇÃO NEM SEMPRE É SOLUÇÃO


O uso de qualquer droga tem benefícios e malefícios. Além disso, algumas são lícitas, enquanto outras ainda não. O comércio da maconha não é legalizado em nosso país, mas será que estamos adotando a posição correta? Devemos legalizar o comércio da maconha, pois ela possui propriedades medicinais importantes e é menos nociva se comparada às duas principais drogas legalizadas, o álcool e o cigarro.
Uma forma de comprovar a eficácia da maconha na medicina é um estudo coordenado pelas doutoras Ziva Cooper e Margaret Haney, realizado na Universidade de Columbia, EUA. A pesquisa intitulada "cold pressor test", contou com a participação de 30 fumantes de maconha, entre eles homens e mulheres. No experimento, os voluntários tomaram Dronabinol ou fumaram maconha. Em seguida, suas mãos foram imersas em água (4ºC) por até 2 minutos e foi anotado o tempo que os participantes levaram para sentir dor. Ao fim da pesquisa foi comprovado que o Dronabinol, proporcionou um efeito mais duradouro na sensibilidade à dor e menos efeitos colaterais se comparado à droga fumada. Além disso, a pílula já foi aprovada para o tratamento de pacientes de quimioterapia e pessoas soropositivas com sintomas de náuseas e vômitos.
Muito mais que seu uso medicinal, a legalização da maconha, ajudaria a diminuir o número de vítimas do tráfico de drogas. Durante um debate da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa no Senado, realizado no dia 02/06/2014, o Secretário Nacional de Drogas do Uruguai, Julio Heriberto Calzada, afirmou que o país conseguiu reduzir a zero as mortes ligadas ao uso e ao comércio da maconha desde que adotou regras para regulamentar o cultivo e a venda da droga.
No Brasil, vemos uma clara desigualdade social e, por isso, muitas pessoas de bem se veem obrigadas a vender a droga para poder se sustentar. Isso resulta em uma grande quantidade de pessoas presas, que normalmente não fariam nada contra a lei. Como "fruto" dessa realidade, vemos as cadeias de nosso país superlotadas. Segundo projeções feitas pelo Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça (Depen/MJ), entre 2005 e 2013, o país triplicou o número de pessoas presas por tráfico de drogas, passando de 50 mil para 150 mil.
Mesmo com tantos aspectos positivos para a legalização da maconha, alguns se mostram contrários a ela. Seu principal motivo é que a droga legalizada estimularia as pessoas a fazer uso dela, pela "facilidade" de acesso. Porém, esse não é um argumento válido.Temos o álcool e o cigarro como bons exemplos de drogas lícitas, de fácil acesso, e nem todas as pessoas são viciadas. O ser humano é capaz de escolher fazer o uso ou não das drogas e quem realmente quer usar maconha não é impedido simplesmente por ser ilegal.
A falta de legalização traz muito mais benefícios para o traficante do que para a pessoa de bem e esse não deveria ser o propósito das leis. Ela priva pacientes dos benefícios da maconha, contribui para o lucro do tráfico e para a superlotação das cadeias. A melhor forma de acabar com esses problemas não é a proibição, mas o controle de sua comercialização legalizada.


Eraldo Apolaro, acadêmico do curso de Licenciatura em Letras  Português e Inglês pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná campus Pato Branco, no ano de 2015.

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