Pão ou pães... é questão de opiniães!


segunda-feira, 25 de julho de 2016

EXPLORAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL


            Um dos temas mais polêmicos da atualidade é a exploração do trabalho infantil. Mesmo sendo um assunto atual, já no século XIX, durante a Revolução Industrial ele pode ser encontrado. Nessa época, as crianças eram submetidas a longas jornadas de trabalho nas grandes indústrias, para auxiliar no sustento familiar. E apesar dos valores terem sido alterados, e pelo artigo 404 da Lei 10.097, de 29 de dezembro de 2000 que diz que é proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos, ainda é comum casos de crianças sendo usadas para trabalhos forçados, muitas vezes obrigados pelos pais para o aumento da renda familiar. Porém, o trabalho é uma responsabilidade muito grande para uma crianças, ele inferfere em seu crescimento, pois naturalmente a criança deve exercer apenas seu papel, de ser criança. Dessa forma, pode-se dizer que o trabalho infantil afeta a criança. Isso pode ser comprovado em três argumentos.
            Primeiro porque o trabalho interfere na educação. Simon Schwartzman e Felipe Farah Schwartzman, em seu artigo "O trabalho Infantil no Brasil", de Junho de 2004, informam que "na população entre 5 e 17 anos, 91.7% dos que não trabalham frequentam a escola, em contraste com somente 80.7% dos que trabalham." Outra questão que eles levantam é que "a defasagem idade-série é uma característica bastante generalizada na educação brasileira, que apresenta um dos piores índices do mundo." Isso mostra que independente da criança trabalhar ou não, o atraso escolar ocorre, mas o fato é que, segundo eles, "trabalhar significa um atraso adicional de meio ano aos 10 anos de idade, subindo até um ano e meio aos 14 anos, e se reduzindo depois, quando muitos dos que trabalhavam e estavam atrasados já deixaram o sistema escolar." Ou seja, com a responsabilidade do trabalho a criança deixa de se responsabilisar pelo que deveria, seus estudos, o que resulta no atraso de séries, que muitas vezes levam a criança á desistência e o abandono.
            Em segundo lugar, a exploração do trabalho infantil afeta a condição social da criança. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), as crianças estão trabalhando em locais que apresentam perigo, consição abusiva de exploração. Isso é observado na agricultura com trabalhos pesados e riscos com máquinas modernas e produtos químicos, em indústrias que apresentam ocupações perigosas, nas ruas catando lixo, como vendedores ou prostitutas, em escravidão total, em casa cuidando de crianças mais novas, colocando em risco várias vidas, ou com tantas horas que não sobra tempo nem para lazer e divertimento, nem, como foi falado acima, para a dedicação aos estudos.
            Finalmente, o trabalho infantil afeta o emocional da criança. Segundo Carlos Minaio Gomez e Zilah Vieira Meirelles, em seu texto Crianças e Adolescentes Trabalhadores: um compromisso para a saúde coletiva, "a atividade laborativa transforma-se frequentemente em estresse ao contrapor-se a seu processo dinâmico e complexo de diferenciação a maturação." Pois o jovem, em período de crescimento, não está preparado para assumir tantas responsabilidade que o trabalho impõe. Ele lhe oferece "um conjunto de situações desfavoráveis", como rotinas e tarefas, "contrapondo-se ao seu momento de descoberta individual" que ocorre no período de desenvolvimento da criança.
            Em contrapartida, há aqueles que consideram o trabalho na infância e adolescencia como uma boa alternativa, pois afirmam que isso contribui para o desenvolvimento da capacidade responsável da criança. Mas acredita-se que para tudo há um tempo, e a criança deve desenvolver sua maturidade a medida que cresce, aproveitando cada fase, tanto o estudo quanto o lazer, a fim de trabalhar apenas quando estiver preparada.  

            Desse modo, pode-se concluir que a exploração infantil não é uma alternativa viável para a criança, pelo fato de comprometer seus estudos, afetar sua área emocional e por estar sujeita a muitos perigos em seu trabalho. Assim, o papel da criança é de simplesmente ser criança, aproveitar sua infância, obter conhecimento através dos estudos e ser preparada para futuramente exercer uma profissão e ser bem sucedida.   

Sara Hansen, aluna do curso de Licenciatura em Letras Portuguê e Inglês na Universidade Tecnológica Federal do Paraná câmpus Pato Branco, no ano de 2015.

Um comentário: