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domingo, 1 de outubro de 2017

O FEMINISMO VISTO DE DENTRO DO LAR



Em sua essência, o feminismo é fundamental para o combate a violência doméstica. É por ele e, por meio dele, que hoje esse crime se torna cada vez mais visível à sociedade e é um assunto cada vez mais debatido publicamente. Ele une as mulheres em busca de um só objetivo, que é a equidade dentro dos lares.
O Brasil, de acordo com o mapa de violência divulgado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (CEBELA), está em 4º lugar no ranking de 84 países com mais homicídios femininos. E a Islândia ficou na posição 84º. Segundo a matéria do site BBC de 2015, a Islândia ficou conhecida como o “país mais feminista do mundo”, pois, em 24 de Outubro de 1975, as mulheres fizeram greve geral em busca de uma conscientização pública. Nesse mesmo mapa é comprovado que, no Brasil, em 2011, mais de 70 mil mulheres vítimas de violência foram atendidas pelo SUS e 71,8% foram casos de violência doméstica, mostrando, assim, que a maior parte da violência contra a mulher ocorre dentro do lar.
Isso evidencia a necessidade do feminismo como alicerce para que essas mulheres denunciem seus agressores, tornando mais difíceis casos de reincidência, que de acordo com o mapa, são extremamente comuns no Brasil. Para o Portal Brasil (2012), o movimento feminista é responsável por trazer maior visibilidade aos problemas enfrentados pelas mulheres.
A Lei Maria da Penha, que entrou em vigor em 2006, é uma conquista resultante de um processo histórico marcado de lutas da própria Maria da Penha, vítima de violência doméstica que recebeu auxílio de ONGs, e outras mulheres representadas por ela. Foi responsável pela diminuição dos casos de impunidade do agressor, dando voz à mulher, auxílio e coragem para buscar o fim dessas agressões, que vem diminuindo desde então. 
Alguns grupos radicais, como o “Mulheres Contra o Feminismo”, afirmam que o feminismo coloca as mulheres no papel de vítimas oprimidas. E ainda que a violência seja fruto de radicalidades da mulher, que busca uma igualdade que não é possível, considerando que mulheres são mesmo diferentes dos homens biologicamente. 
É um equívoco pensar que o objetivo do feminismo é vitimizar a mulher. O fato é que seu objetivo central é encorajá-la a buscar a igualdade que lhe é direito e o fim da violência, principalmente doméstica, gerada por seus próprios parceiros, seja ela física, psicológica, sexual, moral ou patrimonial, que são as modalidades consideradas pela Lei Maria da Penha. 
O feminismo é uma ferramenta que propõe a unidade das mulheres em busca de uma causa em comum, de fortalecer cada uma delas e fazer com que nenhuma se sinta sozinha nessa luta. Para que assim possamos conquistar o objetivo de um dia ser um país como a Islândia, país conquistado por mulheres como a Maria da Penha, como todas as brasileiras que diariamente sofrem agressões em seus próprios lares.

Maria Eduarda Castanha, acadêmica do curso de Letras da UTFPR campus Pato Branco.

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