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domingo, 1 de outubro de 2017

PRECISAMOS FALAR SOBRE OS HOMENS



A luta pelos direitos das mulheres vem acontecendo cada vez mais em nossa sociedade. Elas estão conquistando voz e vez, estão mostrando que são muito mais do que um rostinho bonito, que não aceitam que alguém erga a mão para elas. Estão se empoderando. Mas precisamos falar sobre os homens, já que eles também são oprimidos pelo machismo, o qual impõe padrões. Dessa forma, eles precisam lutar contra essa opressão que é encontrado no cotidiano. 
A ONU mulheres é uma organização que defende os direitos das mulheres, e PapoDeHomem é um portal de conteúdo voltado para o mundo masculino, realizaram uma pesquisa em 2016 para falar sobre igualdade de gêneros. Feita em duas etapas, entrevistou 40 pessoas influentes e especialistas e 20 mil pessoas online em todo o país. Na entrevista frisaram muito os padrões que os homens precisam seguir e a forma com a qual se sentem em relação a isso. Um dos apontamentos é que 54% dos homens gostariam de “ter mais liberdade para explorar hobbies poucos usuais sem serem julgados”. É visto que deixam de fazer o que gostam pois tem medo de que sua masculinidade seja confundida.
Segundo Nadine Gasman, uma das fundadoras da ONU mulheres, o “machismo condiciona a masculinidade, restringindo os homens em relação as mulheres e com os próprios homens por meio de comportamentos e atitudes machistas”. Ou seja, o próprio machismo é um obstáculo na vida de muitas pessoas. Sem restrição de sexo. Guilherme Valadares, que fundou o PapoDeHomem, fala que “assim como o machismo é prejudicial às mulheres é aos próprios homens, a igualdade de gênero é benéfica a todos nós.”
Através da pesquisa aconteceu um movimento conhecido como ElesPorElas que “tem como objetivo engajar homens e meninos para novas relações de gênero sem atitudes e comportamentos machista.” É por meio desses movimentos que muitos homens e meninos começam a se identificar e começam a pensar na igualdade entre todos. 
Entretanto, a mesma pesquisa prevê também que 81% dos homens concordam que o “Brasil é um país machista”, mas apenas 3% se consideram bastante machistas. Vendo isso, é possível compreender que muitas das atitudes machistas são feitas sem ao menos serem percebidas, pois já viraram algo comum. 
Ir contra o machismo não é tarefa somente das mulheres, mas também dos homens. Valadares expressa na pesquisa que “igualdade de gênero é benéfica a todos nós”. Somente quando ambos os sexos entenderem que isso é um mecanismo de opressão, o problema começará a caminhar para uma solução.

Luana Passaúra, acadêmica do curso de Letras da UTFPR campus Pato Branco.

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