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domingo, 1 de outubro de 2017

O QUE É CONTRA A PRESERVAÇÃO DA VIDA É A ILEGALIDADE



O aborto é um tema polêmico e que forma diferentes opiniões na sociedade brasileira. O ato de abortar consiste na interrupção do desenvolvimento do feto no ventre materno, resultando a morte do ser que estava sendo gerado. No Brasil, essa prática é ilegal, levando as mulheres a procurarem procedimentos não seguros resultando em muitos casos a morte dessas. Nessa perspectiva, é necessária que ocorra a sua legalização.
Uma consequência que a ilegalidade traz é a clandestinidade. Segundo pesquisas publicadas pelo site Woman on Waves, esse procedimento é realizado sem condições seguras, deixando sequelas e pondo em risco a saúde e a vida da mulher. Assim, tendo a sua legalização, esses riscos seriam diminuídos pois haveria um controle e uma fiscalização dessas instituições.
As clínicas clandestinas são procuradas por todas as classes, de acordo com análises feitas pela psicóloga e pesquisadora Paloma Silveira, realizadas na cidade de Salvador e Recife. A criminalidade atinge todo o público feminino, não sendo somente questão financeira um dos motivos da prática. Todas estão sujeitas aos perigos que a ilegalidade proporciona.
Em pesquisa realizada em 2010 pela Universidade de Brasília (UNB), estima-se que uma em cada cinco mulheres já realizaram o ato pelo menos uma vez na vida. Na época, havia 37 milhões de mulheres no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conclui-se então que 7,4 milhões de mulheres já praticaram o aborto. Logo percebe-se que o fato de a sociedade ser contra ou a favor do aborto não influencia na decisão de quem pratica o ato.
A maior parte do público que nega a legalização do aborto são os que seguem a religião cristã e seus preceitos, alegando que defendem a preservação da vida. Um dos mandamentos da religião católica, o de “não matar”, é a base para opinião desses cristãos. Porém, o aborto realizado clandestinamente é a quinta causa de morte materna no país, segundo pesquisas realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU). Pode-se perceber que a ilegalidade faz com que as mulheres procurem práticas de risco que podem causar a morte. Então, com a criminalidade aumenta a taxa de mortalidade.
Tendo em vista esses dados de pesquisas, conclui-se que a legalidade do aborto seria sim um meio de evitar mortes desnecessárias. Os procedimentos seriam realizados de forma segura, com acompanhamento de profissionais e supervisados por um órgão público.

Eduarda Borghelott, acadêmica do curso de Letras da UTFPR campus Pato Branco.

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